Essa história é sem dúvida a mais incrível que eu já ouvi num ônibus, e olha que já foram várias...
Durante uma tranqüila viagem CAMPUS-CENTRO pude presenciar um diálogo bastante simples entre mãe e filha. As duas estavam tranquilamente sentadas e a criança com a curiosidade típica dos seus 8 anos pergunta para a mãe:
Nossa! Minha alma nessa hora gelou... Que perguntinha! De onde veio?
Ainda em meio a minha surpresa, a mãe resolve responder... Ainda bem, pensei eu... E lá veio a resposta, quase de bate - pronto... :
Minha filha, "pobrema" é assim as dificuldade da vida... e "poblema" é assim aqueles da matemática... coisas do "colejo"...
Pode parecer piada, mas não é! Não acreditei... todos os butiás foram caindo do meu bolso... até que eu me vi sem nenhum...
Pior, sem nada... desnorteado... o que fazer numa situação dessas???
Corrigir a mãe na frente da própria filha? Será? Preferi calar... sim... remendar seria pior, com certeza!
Este erro pra uma criança é até cabível... mas e para a mãe?
Isso é reflexo da educação básica que aquela mulher teve (se é que teve)...
Infelizmente nesse país as crianças não têm acesso a educação. Tabelas e gráficos mostrando a permanência de crianças dentro de sala de aula, não demonstra qualidade de ensino. Hoje o que encontramos na maioria das escolas públicas são professores muitas vezes desmotivados e despreparados, e alunos que são matriculados pelos pais em troca de bolsas (família, vale-gás - sem contar os que vão pra escola buscando serem alimentados pela merenda). Essa combinação é inadequada pra que tenha verdadeiramente ensino! E não precisamos nem entrar no mérito das condições precárias em que a maioria das escolas públicas se encontra. Existem vários exemplos de professores criativos e apaixonados pela educação, que transformam uma sala com quadro-negro e giz em uma fonte de ensino.
Nossos problemas (sejam eles da vida, ou da matemática) são básicos!
Distribuir cotas parece uma atitude paliativa, na minha opinião. O problema de acesso a universidade é a deficiência das séries iniciais dos jovens.
Hoje a UFRGS já destina cotas para as vagas disponíveis no vestibular!
Hoje tudo parece muito bom. Resta saber o futuro dessas atitudes. Nada se sustenta firme sem uma base sólida de bem preparada. Bom mas a história das cotas merece ser abordada em outra postagem.
É isso aí pessoal. Abraço.
